
Um estudo da Universidade da Califórnia (UC) Davis concluiu que cigarros eletrônicos ilegais, ou vapes, podem ser mais relevantes do que os cigarros comuns. Uma pesquisa publicada na revista ACS Central Science encontrou altos níveis de metais tóxicos em vapores não autorizados pelo FDA, aumentando o risco de câncer. Os cientistas analisaram três marcas populares — ELF Bar, Flum Pebble e Esco — todas amplamente vendidas nos EUA, apesar da proibição.
Os metais testados, como chumbo, níquel e antimônio, são cancerígenos e podem causar vários tipos de câncer, incluindo pele e pulmão. Todos os vapes testados apresentaram níveis de risco elevado de câncer associado ao níquel, que também podem provocar problemas cardiovasculares e respiratórios. Brett Poulin, autor principal do estudo, expressou surpresa com a quantidade de metais tóxicos encontrados, especialmente o chumbo.
Uma das marcas testadas apresentou uma exposição ao chumbo equivalente ao fumo de 19 maços de cigarro. A maioria dos vapes aplicados tinha mais metais tóxicos do que os modelos recarregáveis mais antigos. Poulin também encontrou ligas de cobre contendo chumbo, que liberaram partes perigosas deste metal.
Daniel Sterman, um especialista em oncologia pulmonar, ressaltou que uma pesquisa mostra claramente níveis elevados de metal e os riscos associados ao uso de vapes. Embora não seja fácil estabelecer uma relação direta entre o uso de vapes e o câncer, ele cuida de pacientes com câncer que usam esses dispositivos. Ele solicitou controles rigorosos sobre vapes e maior clareza sobre os riscos à saúde nas embalagens, especialmente para jovens adultos.
Uma limitação do estudo foi que apenas três marcas foram comprovadas, havendo muitas no mercado. Um representante da marca ELFBAR contestou os resultados, alegando que os dispositivos testados não eram autênticos. O uso de cigarros eletrônicos cresceu entre os adultos de 2019 a 2023, com um aumento na popularidade entre jovens adultos.


